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Diálogo Iberoamericano

Núm. 11-12 / spbre.-diciembre 1997. Pág. 6

Ufpel assina convenio com o Equador

Carlos R. Ziebell (Universidade Federal de Pelotas. / Depois de uma extensa agenda de três dias, em que conheceram os laboratórios da Universidade Federal de Pelotas, as instalações da EMBRAPA e realizaram visitas a produtores rurais, cooperativas e indústrias ligadas … área de alimentos, o reitor da Universidade Técnica de Ambato (Equador), Vitor Hugo Jaramillo e o decano Octávio Beltrán, da Faculdade de Engenharia Agronômica da mesma instituição, cumpriram a etapa mais importante de sua estada em Pelotas.
Acompanhados do representante da Agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (Fão), no Equador, Augusto Simões Lopes Neto, eles foram novamente recebidos pelo reitor da UFPel em exercício, professor José Carlos da Silveira Osório, para o ato de assinatura de convênio de cooperação entre as duas Universidades.
O acordo permitirá a imediata instalação na universidade equatoriana do Curso de Especialização … Distƒncia na área de Sementes que a Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel mantém, com sucesso, em alguns países. Na área de Fruticultura e Biotecnologia o convênio deverá gerar um plano de cooperação e o intercƒmbio de especialistas, visando a criação de cursos de pós-graduação e o estabelecimento de projetos que permitiam o desenvolvimento da fruticultura.
Segundo os visitantes, o interesse pelo setor justifica-se pelo fato de que Ambato, capital da província de Tungurahua, é uma região eminentemente frutícula, sendo conhecida como "a terra das frutas".
Na oportunidade, o Diretor da FAEM e Coordenador do Convênio, prof. José Carlos Fachinello, lembrou a relação das culturas perenes com o desenvolvimento de regiões como a serra gaúcha, o interior de São Paulo e algumas áreas do nordeste. Em sua avaliação, a fruticultura constitui um importante diferencial sobre outras atividades econômicas.
Segundo o representante da Fão no Equador, Augusto Simões Lopes Neto, que é natural de Pelotas, a entidade apóia ações de intercƒmbio em cerca de cem países. No convênio firmado, a Fão contribuirá com o custeio das diárias e passagens aéreas dos professores ou estudantes por ocasião das viagens entre o Brasil e o Equador, cabendo …s universidades dos dois países o alojamento e transporte local dos visitantes.
O representante da entidade sugeriu a ação conjunta dos governos, visando o estabelecimento de um convênio de cooperação técnica com a Fão, através do qual poderão ser obtidos recursos mais expressivos. O convênio assinado com a UFPel tem características abrangentes, permitindo a futura inclusão de outras áreas de interesse comum entre as duas instituições.

Fórum das Assessorias das Universidades Brasileiras para Assuntos Internacionais-FAUBAI

Sonia Pereira Laus (UDESC). Presidente do FAUBAI. / No Brasil, onde a cooperação académica internacional se confunde com o proprio processo de criação das universidades, a gestão académica desta área nunca teve um contorno definido. Ora em mãos das Pro-Reitorias de Pesquisa e Pos-Graduação, ora em mãos das Chefia de Gabinete, ora em mãos da ação política dos proprios reitores e, na maioria dos casos, entregue as ações isoladas dos Departamentos ou de professores com fortes laços pessoais com IES estrangeiras, veio sendo tratada como uma ação complementar as demandas isoladas e nunca como uma atividade meio e estratégica pela maioria de nossas IES.
Nos últimos anos, graças as aceleradas mudanças no quadro das relações internacionais, este quadro foi obrigado a modificar-se e algumas IES brasileiras passaram a gerenciar e difundir informações sobre as possibilidades existentes para a cooperação internacional, através da introdução em seus organogramas das Assessorias, Coordenadorias ou Diretorias para Assuntos Internacionais. Destas, um reduzido número vinha funcionando com alguma eficiência, embora a norma fosse sua existência apenas naquelas com fortes relações internacionais.
O aumento da demanda por parte daquelas IES avidas por informações sobre a área e o entendimento de que esta era uma atividade estratégica para o sistema de ensino superior como um todo, motivou a criação, no ano de 1988, do Fórum das Assessorias das Universidades Brasileiras para Assuntos Internacionais-FAUBAI. Nestes 9 anos de existencia, o FAUBAI, que tem por finalidade "promover a integração de orgãos e pessoas da área na busca do constante aperfeiçoamento do intercƒmbio e da cooperação internacionais como instrumento para a melhoria do ensino, da pesquisa, da extensão e da administração das instituicões filiadas" tem procurado dar visibilidade a atividade internacional para o conjunto das IES brasileiras. Sua ação principal tem sido a de estimular e assessorar … introdução de orgão com esta função naquelas IES onde os mesmos não existem e promover a capacitação dos gestores da área através de seminarios, workshops e reuniões anuais.
Paralelamente, vem mostrando o conjunto destas, com toda sua diversidade e potencialidade, as agências nacionais e internacionais de fomento com ação no Brasil, assim como as Embaixadas, Consulados e Organizacões Internacionais, através da difusão de nomes e endereços dos responsaveis pela área em IES desde as mais ativas ate aquelas sem nenhuma tradição na cooperação internacional, fato que trouxe a grande maioria o acesso a um volume significativo de informações sobre a área.

Começa doutorado em integração regional

Carlos R. Ziebell (Universidade Federal de Pelotas). / Os alunos selecionados para o Curso de Pós-Graduação em Integração Regional, que a Universidade Federal de Pelotas promove em conjunto com outras instituições, foram recepcionados na última segunda-feira, 4, no Centro de Integração do Mercosul. O primeiro contato serviu para a apresentação do currículo do curso e para a discussão de temas sobre seu funcionamento, a partir desta semana.
Oferecido em nível de Doutorado, o Curso de Pós-Graduação em Integração Regional atenderá a necessidade de formação de uma elite intelectual apta a discutir, avaliar, pesquisar e implementar a integração regional da América Latina, servindo como instrumento de apoio no processo de consolidação do Mercosul.
O diferencial em relação a outros cursos é o fato de contemplar todas as áreas de formação, que desenvolverão atividades específicas, mas observando o objetivo comum de promover a integração. Esse aspecto foi destacado pelo professor Manoel Maia, que exerceu a coordenação do curso durante a fase de implantação. "A proposta da UFPel está avalizada pela Universidade da República Oriental do Uruguai, Universidade de Buenos Aires, Universidade Nacional de Assunção (Paraguai), Universidade Católica de Pelotas e Fundação Universidade de Rio Grande, co-promotoras do curso", enfatizou Maia.
A reitora da UFPel, professora Inguelore de Souza, disse que o curso caracteriza uma das vocações mais fortes da Universidade -o engajamento nos processos de desenvolvimento e integração regional, em todos os ƒmbitos. Ela destacou o empenho do ex-reitor, professor Antonio Cesar Borges, e o esforço do professor Manoel Maia em congregar pessoas e idéias em torno da proposta.
Impossibilitado de continuar na coordenação do curso, em função de novas atribuições assumidas, Maia será substituído pelo professor da Furg e UCPel, Jabr Omar, que considera a função "uma missão nobre e desafiadora". Em sua opinião, o curso é único, pela sua natureza e pela forma como foi estruturado. Além das instituições promotoras, o curso conta também com a colaboração de docentes da UFRGS e USP (Universidade de São Paulo). Os vinte alunos selecionados são oriundos de diferentes regiões do sul do País, além de São Paulo.

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