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Diálogo Iberoamericano

Núm. 9 / mayo-junio 1997. Pág. 6

Clases para mayores, nuevo reto para la Universidad

El envejecimiento de la población, las jubilaciones anticipadas, la salida de los hijos del hogar materno, los deseos de saber de una creciente población que se siente capaz de aportar su experiencia a la sociedad, etc. constituyen factores que han llevado a diversas universidades españolas a abordar las peticiones de formación de un creciente número de personas con más de 55 años.
Un fenómeno similar se produce en otros países, con las lógicas diferencias que vienen marcadas por la pirámides poblacionales y la tradición de cada país.
Hay, además, sensibles diferencias entre las experiencias universitarias con sectores de personas mayores o, como se ha venido en llamar, de la tercera edad. Se trata, en unos casos, de actividades sociales que las Universidades organizan supliendo la "dejación" de un estado desertor, que no cubre las necesidades de amplios sectores de la población, son actividades no estrictamente universitarias. En otros casos, sin embargo, se trata de actividades típicamente universitarias, en las que los mayores se integran en función de sus posibilidades y preferencias, y desarrollan parte de su actividad junto a compañeros/as universitarios "habituales" -mucho más jóvenes: en las aulas, en las actividades de carácter lúdico y cultural, en los laboratorios, etc.
En ambos casos hay un denominador común: los mayores pueden aportar su experiencia y su capacidad de entusiasmo a una población más joven. Las posibilidades son enormes: apoyo a semilleros de empresas, apoyo a clases prácticas en la totalidad de las ramas del saber (puesto que jubilados interesados en reintegrarse al mundo universitario hay de todas ellas), respeto y apoyo mutuo intergeracional, etc.
Diálogo Iberoamericano presenta aquí dos artículos relacionados con este fenómeno, ambos de universidades brasileñas.


Terceira Idade. "Nunca é tarde para aprender"


Cláudia Moraes (Unisinos. Brasil). / A terceira idade está chegando cada vez mais à Universidade. Ocupando seu espaço, eles, os idosos, aprendem e ensinam. Para o Núcleo Temático da Terceira Idade, os grupos vão além da simples convivência.
Eles estão chegando, transitam nos corredores do Campus, fazem exercícios no Complexo Desportivo, assistem a palestras, reúnemse na Antiga Sede e querem conquistar seu lugar na vida da Universidade. Os idosos estão em número cada vez maior e, junto ao Núcleo Temático da Terceira Idade (Nutti), buscam oportunidades. O Nutti -vinculado ao Centro de Ciências da Saúde- tem o objetivo de fazer ações de ensino, pesquisa e extensão em relação à terceira idade. Para reforçar esse objetivo, foi criado um grupo de terceira idade, chamado "Maturidade", aproximando a prática à teoria construída no Campus. "Para nossa satisfação, o grupo passou a ser o carro - chefe nessa aproximação do conhecimento de vida ao conhecimento acadêmico", diz a coordenadora do Nutti, professora Suzana Wolff.
O grupo Maturidade, com 80 participantes, reúne-se na Antiga Sede há um ano. Desse grande grupo, outros estão sendo gerados, de acordo com os interesses específicos, como, por exemplo, pelo folclore e dança alemã, ou para realizar atividades físicas, no Complexo Desportivo. Há, ainda, um grupo de diabéticos que recebe orientações de diversas áreas que compõem o Nutti, além dos serviços de Enfermagem, Nutrição, Educação Física e Serviço Social da Universidade. Em maio, o grupo elegeu o Diretório Acadêmico da Terceira Idade.
O Nutti, em conjunto com o grupo Maturidade, realiza palestras temáticas, com assuntos eleitos pelos própios idosos. "O grupo não é apenas de covivência; para o Nutti, constitui a oportunidade de aprofundar ações de ensino, pesquisa e extensão", avalia Suzana. A idéia é de que, cada vez mais, outras áreas se integrem ao Nutti, pois a sua forá, conforme Suzana, explica, -sejustamente por ser um trabalho interdisciplinar. "Professores e estudantes de diversos cursos, como, por exemplo, Direito e Arquitetura, devem ver na questão da terceira idade um campo novo de atuação", salienta Suzana. Ela ressalta ainda a forma administrativa com a qual cada Centro ou setor assume seu compromisso dentro do Nutti, enviando professores, pesquisadores, estagiários, readequando seus horários de acordo com a necessidade.
"Nossa comunidade não está preparada para conviver sem o preconceito, mas os idosos estão mostrando que aqui também é lugar para a terceira idade", relata Suzana. "Eles também são cidadãos e cidadãs em busca de conhecimento". Além de aprender, no entanto, a terceira idade tem muito o que ensinar. Na sala de aula, por exemplo, a convivência de jovens e idosos trará uma representação concreta para a formação integral dos alunos.
O trabalho do Núcleo pode ser conferido ainda pela gerência na disciplina -intedisciplinar- chamada Terceira Idade, oferecida aos estudantes como opção nos currículos da graduação da área de saúde. "O Nutti integra ainda o Conselho Municipal de Defesa dos Direitos dos Idosos e também o Estadual. Além disso, acompanhamos e participamos das ações das universidades brasileiras abertas à terceira idade", lembra a coordenadora. A idéia é formar uma rede estadual e nacional das instituições que trabalham a questão.
A proposta de trabalho do Nutti está fundamentada, segundo Suzana, na própia Pedagogia Inaciana. A professoa está realizando sua pesquisa no Mestrado em Educação, buscando exatamente uma fundamentação teórica frente a esse "movimento" de idosos em busca da universidade. "Na medida em que o trabalho se torna reflexivo, podemos ver, com a presença da terceira idade junto aos jovens, também uma maneira de reflexão sobre a juventude, a velhice e a própia existência humana", analisa.


Terceira Idade inicia novo ano letivo

Comunicação (Universidade de São Carlos). / A Universidade Aberta à Terceira Idade, da USC, retoma suas atividades a partir do próximo mês com novidades: o Projeto Vivaldi Integrado. Através dele, os alunos terão aulas sobre artes plásticas, que acontecerão no escritório Jú Machado. O curso oferece ainda uma programação extensa, que vai de palestras até aulas de informática e línguas.
A coordenadora da Terceira Idade, Gislaine Audi Fantini, diz que neste ano permanecerá em funcionamento o projeto Lição dos Grandes Mestres, no qual profissionais das mais variadas áreas ministram palestras às quartas-feiras.
Outra atividade é o curso de Introdução à Informática, com turmas inicial e avançada, que também está incluído na programação. Os alunos podem optar ainda pelas aulas de oficina de oração e de canto coral,com o piansta João Fernando Paluan.
Como vinha acontecendo no ano passado, o aluno da Terceira Idade poderá ter desconto nos cursos de italiano, inglês, espanhol, chinês e alemaão, que são ministrados no Cleusc (Centro de Línguas Estrangeiras da USC).
Segundo Gislaine, uma atividade que tem motivado os integrantes é a possibilidade de cursar duas disciplinas nos cursos oferecidos pela USC, sem acréscimo no valor. "Alguns alunos se empolgaram tanto que decidiram voltar para a universidade", diz.


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